A VOZ DO POVO
Houve um homem, cujo nome era Sam Houston, general e
estadista texano, que ficou conhecido por defender, em sua gestão, causas
impopulares, mesmo que para isso tivesse de sofrer retaliações.
Em uma época em que não era de interesse popular defender
os índios americanos, ele foi a Washington como membro de uma delegação dos
cherokees para se queixar ao governo da corrupção dos agentes indigenistas.
Em outro tempo, opôs-se à escravatura num período em que
era politicamente incorreto fazê-lo. Em 18 de março de 1861, foi deposto como
governador de Estado porque, novamente, foi contra a separação do Estado e
recusou-se a jurar lealdade à Confederação.
Duas semanas mais tarde, no discurso a uma multidão que
queria vê-lo morto, Houston declarou:
- Sempre tive como regra invariável na minha vida não
formar nenhuma opinião ou dar veredicto sobre qualquer grande questão pública
antes de ouvir e considerar cuidadosa e imparcialmente todas as evidências
[...] e, uma vez tendo assumido minha posição, nenhum temor da condenação
popular me poderá induzir a modificá-la.
- Nunca permiti que o clamor, a paixão, o preconceito e a
egoísta ambição popular me induzissem a mudar uma opinião e um veredicto que
minha consciência e razão tenham formado e considerado justos.
- A "vox populi" nem sempre é a voz de Deus,
pois quando os demagogos e líderes políticos egoístas conseguem excitar o
preconceito do público e silenciar a voz da razão, pode-se ouvir o clamor
popular: "- Crucifica-o, crucifica-o!".
- A "vox populi" torna-se, então, a voz do
diabo.